QUANDO A PROSPERIDADE FAZ EMPOBRECER
“Não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário. Senão, tendo demais, eu te negaria e te deixaria e diria: Quem é o Senhor? Se eu ficasse pobre, poderia vir a roubar, desonrando assim o nome do meu Deus” (Pv. 30:8b-9).
Acabo de chegar da África. Visitei Burundi, nação rankeada entre as três mais pobres do mundo. De fato, a pobreza é visível e chocante. A beleza natural das montanhas contrasta com os campos devastados, fruto da guerra civil que durou por várias décadas. Sem produção não há provisão. Nesses tempos de trégua, o governo local busca soluções para as necessidades mais elementares.
Foi nesse contexto que conheci alguns pastores apaixonados. Conversamos sobre o papel da igreja na reação política e econômica do país. Para minha surpresa, um deles fez um comentário marcante, que até agora lateja em meu pensamento:
- Não gostamos de ser a nação mais pobre do mundo. É difícil conviver com a fome, e ver pessoas queridas passando necessidade. Mas temos medo de melhorar muito e nos tornarmos uma nação rica. Até temos potencial e recursos para isso, mas não sei se seria bom. Tememos que, tendo prosperado, nos esqueçamos de Deus. Isso aconteceu no Ocidente.
Aquele comentário foi como uma punhalada. Minha expectativa acerca dos pobres é que eles não queiram ser pobres. De fato, prosperar não é ruim, e é bíblico. Há promessas de Deus acerca da prosperidade. No entanto, questiono o tipo de prosperidade que a igreja ocidental tem buscado. E questiono se as bênçãos que recebemos muitas vezes não têm sido recebidas por nós com auto-suficiência, fazendo-nos esquecer e não depender do Senhor.
Conheço pessoas que lutaram muito para prosperar. Conseguiram, mas hoje se distanciaram de Deus e se encontram num caminho quase sem volta. Jeremias 2:13 diz que o povo abandonou a Fonte de Água Viva e fez para si cisternas rachadas, que não retêm águas. Ou seja, somos insaciáveis. Dificilmente alguém que busca a prosperidade estará satisfeito com o que tiver alcançado. Muitas vezes, a prosperidade leva-nos a desejar mais prosperidade, e menos de Deus.
Meus pensamentos, portanto, não são contrários à prosperidade ou ao conforto. A mediocridade também pode ser pecaminosa. No entanto, penso que a igreja ocidental, e especificamente a igreja brasileira, precisa rever alguns conceitos e valores. Quem sabe, buscando maior santidade encontremos o significado da verdadeira prosperidade. Pense nisso.
Mário Freitas
------------------------------------------------------------------------------Celebrando no meio do caminho
Sempre é emocionante ver os atletas na linha de chegada comemorando um bom resultado de sua corrida. Quando os acompanhamos desde o começo, vemos antes da largada olhares preocupados e ansiosos para saber qual será o resultado. Durante a corrida rostos tensos, olhares determinados e em pouco tempo a linha de chegada, o final e a comemoração ou frustração.
Crescemos vendo isso e aprendendo que a celebração é vivida na linha de chegada, com o resultado final. Dessa forma a corrida tem que passar rápido, o mais rápido possível.
Mas o apóstolo Paulo mostra que pode ser diferente.
Paulo na linha de chegada da sua vida escreve uma carta emocionante para seu discípulo Timóteo. Dando suas últimas recomendações para o jovem líder ele aproveita e faz uma reavaliação de sua vida e de seu chamado.
Em um texto emocionante da sua segunda carta para Timóteo, ele, o apóstolo, prevê sua morte por ser seguidor de Jesus Cristo e descreve o que valeu a pena:
Eu já estou sendo derramado como uma oferta de bebida. Está próximo o tempo da minha partida.
Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.
Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda. II Tm 4:6-8
Ele não fala que derrotou o adversário no combate, que ganhou a corrida ou que moveu montanhas com sua fé. Ele mostra na linha de chegada que a corrida que ele fez foi boa do começo ao fim, que lutou com firmeza a luta toda e que, mesmo com as derrotas aparentes, guardou a sua fé.
O apóstolo mostra para o jovem Timóteo e para todos nós, que o foco não está apenas no resultado da vida e sim no jeito que se caminha, em cada passo, em cada respirar de nossa corrida.
Se aprendermos com Paulo esta lição, vamos aprender a celebrar, no meio do caminho, as pequenas vitórias, vamos ter prazer no jeito de viver e assim não vamos querer que a corrida passe rápido.
Poderemos chegar na linha final e dizer: Sei que fiz o melhor em Cristo e a medalha que Ele quiser me dar será a minha alegria.
------------------------------------------------------------------------------O direito de esquecer
Você já passou pela situação de colocar a mão na cabeça e lembrar de um compromisso que era para você ter ido, mas esqueceu completamente?
Já sabemos como é ruim esquecer das coisas importantes, mas algo que não sabemos é que é desastroso não esquecermos das coisas. Vou explicar.
Estamos vivendo em uma era que a tecnologia tem ganhado cada vez mais importância em nossas vidas, passamos quase o dia todo com ela na frente do computador e nossos smartphones que contem relógio, agenda, e-mails, torpedos, post it, e uma infinidade de outras coisas.
Estes dias baixei um aplicativo no meu telefone que me avisa cada vez que o meu time entra em campo e faz gol.
No começo achei que era um bom aplicativo, mas percebi ao longo do tempo o quanto eu esquecia que tinha jogo e não fazia falta para mim. Fui vendo que cada torpedo de gol do meu time ia me tirando da vida que estava vivendo naquele presente e fazia eu querer para tudo e ir para a frente de uma TV.
Percebi que esquecer algumas coisas é algo fundamental para uma mente e vida saudáveis. Esquecer é um direito!
Mas cada vez mais somos privados deste direito, os telefones e computadores on-line o tempo todo nos dominam e nos tiram o direito de esquecer, de ter uma mente e vida saudáveis.
Nos avisam dos assuntos mais comentados no dia, do texto que aquele autor postou em seu blog, e-mail do seu trabalho que chegou as 22h e que antes você tinha a desculpa de falar que não viu, a temperatura de amanhã, a promoção daquele restaurante, e da reunião que você não quer ir e que sua mente esqueceu por querer. Afinal de contas, Freud explica!
O que faz de um momento inesquecível na nossa mente, são todos os outros que esquecemos. Se estamos parando de esquecer aquilo que nossa mente descartou naturalmente, enfraquecemos o que ela coloca em destaque.
Lembrar nem sempre é uma virtude e esquecer nem sempre é uma fraqueza.
Hoje em dia, um sentimento de culpa assola as pessoas, por não esquecermos de nada, ou melhor, não deixarem a gente esquecer de nada. Temos um sentimento de estar devendo algo a alguém o tempo todo, de estar atrasado para algum encontro nesse exato momento, de estar ficando para trás academicamente em cada livro ou texto que foi lançado hoje, agora. O simples fato de dormir me faz sentir culpado!
O direito de esquecer é tão sagrado como o direito de lembrar. Vamos nos dar o direito de esquecer sem peso na consciência, para podemos lembrar das coisas que importam e assim viver em paz.
Autor: Rev. Marcos Botelho
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Uma vida Crista
Santificação é um compromisso de amor ao Deus que é Pai e é Santo. Envolve sofrer tentação, e se cair, arrepender-se, porque o amor faz doer à consciência que tem nítida noção do que Deus estabelece como certo e errado, santo e mundano. Corre pela via da tristeza segundo Deus... que opera o arrependimento (II Coríntios 7:10).
Atos de justiça são exercícios de santidade. Investimento na honra e na dignidade, na honestidade, verdade e bondade e busca da face de Deus num tempo em que Ele tem sido trocado pelas coisas que podem representá-lo, ou que nos dizem que O representam.
Ser santo não e jamais pecar, ou ser perfeito, mas muito acima disso e não buscar no mundo o que não nos pertence mais, ou que só ao mundo pertence, e que um dia, conscientemente abandonamos como renuncia, por amor ao Nome.
Não participo da idéia de que Deus pune os que não se santificam, mas olho com cuidado e temor para a advertência que diz: Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colhera (Gálatas 6:7), e com interesse espiritual, deixo-me atrair pela mensagem que preconiza: Santifiquem-se, pois amanha o senhor fará maravilhas entre vocês. (Josué 3:5).
Ocorre-me que somente nos, crentes em Cristo Jesus, temos motivos reais para uma vida de santificação em meio ao nosso tempo. Somente nos somos inspirados a isso, e se, como diz a Escritura: A santidade convém a tua casa (salmo 93:5), tal casa somos nós (Hebreus 3:6)
Pr. Cleber Alho
Texto retirado do livro: Um chamado a consciência.